Nos últimos três anos, o Brasil chegou a dezembro com boas
expectativas para o período seguinte. Fim da instabilidade política,
encaminhamento de reformas e novos governos embalavam as esperanças do
mercado, que falava em alta do PIB de 3% no ano subsequente.
As razões para crer em uma melhora eram boas e, de fato, poderiam
ter sido concretizadas. Entretanto, o que o País viveu foram três anos
de baixo crescimento, cerca de 1% ao ano em 2017, 2018 e 2019 (nesse
último caso, expectativa). É uma retomada lenta, insuficiente para
reduzir, com a rapidez desejada, os altos índices de desemprego.
Evidentemente, houve avanços nesse período, especialmente se
lembrarmos que, em 2015 e 2016, o País teve quedas de 3,5% e 3,3% na
atividade econômica. Mas o retrospecto negativo era mais um fator a
influenciar na aposta de alta, considerando a base de comparação baixa
do período anterior.
Fatores externos ou imprevisíveis afetaram a economia: a gravação
no caso JBS em 2017, a greve dos caminhoneiros em 2018 e, neste ano, a
polarização política mesmo após a eleição e a guerra comercial entre
Estados Unidos e China.
Para 2020, mais uma vez, o cenário é de otimismo, embora a aposta
do mercado seja contida - a mais recente projeção do Boletim Focus, do
Banco Central, aponta alta no PIB de 2,2%. Mas a aprovação da reforma da
Previdência, a inflação baixa e sob controle, a taxa básica de juros no
menor patamar da história - a Selic está 4,5% ao ano -, a pontuação da
bolsa de valores batendo recordes e a estabilidade política dão ao
empresariado um nível maior de confiança.
Por Guilherme Kolling
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